Revista Inventiva n.º 34-35 ABR/SET 1981 - Boletim do CIDEF nº 16
Engenharia de Reabilitação
ao Serviço da Humanidade
Conferência realizada pelo Eng. Jaime Filipe
na Setenave aquando da apresentação
do filme EMERGING
Em 1980 realizou-se no Canadá, na cidade de Winnipeg, um Congresso Mundial de Reabilitação. Estes Congressos têm lugar de quatro em quatro anos, estando previsto o próximo para a cidade de Varsóvia, na Polónia.
Antes do Congresso decorreu em Winnipeg um concurso de filmes sobre Reabilitação, do qual saiu vencedora a produção canadiana que teve lugar de honra, na sessão inaugural perante uma assembleia de mais de quatro mil pessoas,
Longamente ovacionado, teve este filme o mérito, entre outros, de criar um clima ambiente particularmente propicio à motivação, por parte de quantos participaram no Congresso, para as sessões de trabalho que iriam seguir-se.
O tema é o da criatividade perante a enormidade da deficiência que atinge 10% da população na maioria dos países. Quinhentos milhões de deficientes é o valor estimado internacionalmente como o mais aproximado da realidade mundial.
Um milhão de deficientes, é o valor aproximado para o caso português.
A atitude do Homem saudável perante o Homem deficiente será a chave que poderá abrir uma vida nova para toda uma comunidade. Todo o ser humano é deficiente em potência. Se nasceu saudável e assim se conservou ao longo de parte da sua vida, poderá sentir-se seguro e feliz, mas não indiferente perante o tão grave problema da deficiência. Não só porque ela o pode atingir mais tarde ou mais cedo, quer pela doença quer por acidente na estrada ou no trabalho, quer pela degradação progressiva do nosso corpo material, que na velhice nos traz com grande frequência deficiências de maior ou menor gravidade, mas não pode ser indiferente também por razões de ordem social, económica e também humanitárias.
Emerging, foca de forma por vezes chocante no bom sentido, estes diferentes problemas: - O homem deficiente, abandonado à sua sorte, esperando angustiado a morte, a hora da sua libertação, do seu sofrimento constante e permanente. - A sociedade indiferente, que esquece o seu irmão carente de auxílio e que lho nega. O - Nascer de uma nova atitude do Homem «são» proporcionando ao deficiente o acesso à vida independente e feliz, quer através da tecnologia, da remoção das barreiras arquitectónicas, ou ainda através de novos conceitos de formação e integração.
Da sua inteligência e capacidade de trabalho resultará um contributo para uma sociedade mais justa, mais responsável, mais humana. A mãe deficiente pode dar à comunidade um filho saudável, tal como nos mostra o filme.
O valor simbólico desta fase final tem profundo significado. A vida continuará mais liberta, mais feliz, se o Homem saudável quiser que assim seja. Poderá dar uma poderosa contribuição para evitar a deficiência, reduzir o risco, humanizar o ambiente de vivência e de trabalho através da remoção das barreiras arquitectónicas, proporcionando trabalho à pessoa deficiente através da tecnologia.
A ENGENHARIA NAVAL E A ENGENHARIA DE REABILITAÇÃO
A Engenharia de Reabilitação é uma designação muito recente, para uma técnica muito antiga.
Podemos compará-la com a Engenharia Naval, pois ambas nasceram com o aparecimento do Homem na Terra
Quando o Homem descobriu que havia corpos que flutuavam e tentou navegar sobre um tronco de árvore seca, entendeu que escavando esse tronco poderia construir um mais seguro e confortável habitáculo, melhorando as condições de navegabilidade do mesmo. O Homem deixou assim de ser prisioneiro da zona terrena passando a poder navegar e transportar corpos nos seus barcos, de pescar no meio dos lagos e dos rios. Descobriu a vela e os instrumento de navegação, aventurando-se pelos oceanos, descobrindo continentes. Todo este processo evolutivo ao longo de milénios, ao qual a Escola de Sagres deu poderoso impulso, levou-nos à Engenharia Naval, capaz de produzir enormes naves, fruto da criatividade humana, fonte principal do saber nesta matéria, mantendo o Homem sempre ligado à grande aventura do mar, sempre maior e melhor equipado, com naves que a imaginação de hoje mais esclarecida não faria supor
Essas naves maravilhosas e complexas que saem dos estaleiros, são feitas por técnicos competentes, que mantém e desenvolvem a tradição de Sagres. A Engenharia Naval é hoje em Portugal motivo de orgulho para todos os portugueses.
O mesmo não aconteceu, nem acontece, ainda com a Engenharia de Reabilitação,
Os progressos técnicos realizados ao longo de milênios foram mínimos,
A grotesca muleta que terá amparado o Homem primitivo, ou a perna de pau que lhe permitiu andar apesar de amputado, chegou até aos nossos dias.
Também o Filme Emerging nos dá esta imagem dolorosa, desse passado recente do qual ainda alguns de nós têm imagens vivas na memória.
COMO NASCEU O CONCEITO DE ENGENHARIA DE REABILITAÇÃO
O conceito de Engenharia de Reabilitação é muito recente, digamos que tem pouco mais de uma década. Teve origem nos Estados Unidos da América e está sendo adoptado por muitos países. Na Europa há um grande progresso nesta matéria, mas em alguns países Rehabilitation Engineering é substituída por Technical Aids, ou seja, Ajudas Técnicas. Julgo que a designação norte americana será adoptada por todos os países num futuro, porquanto vários países europeus começam a usá-la, como é o caso da Espanha, Portugal e Jugoslávia, pais onde este novo ramo de Engenharia está em crescente desenvolvimento.
O Relatório Anual do Rehabilitation Engineering Center da Universidade de Jubliana, utiliza o símbolo já internacionalizado que iremos adoptar também em Portugal. O mesmo vai sucedendo um pouco por toda a parte, desde o Canadá ao Japão. Isto porque se trata de facto de uma nova Engenharia, com cursos organizados em muitas Universidades, com formatura na especialidade, tal como vem sucedendo nos países mais evoluídos com a Engenharia Hospitalar.
O progresso realizado nos últimos anos deve-se em grande parte ao extraordinário avanço tecnológico na área da Electrónica. Ela está na base de um sem número de aparelhos que vem minorar o sofrimento e tornar o deficiente mais operacional para o desempenho de postos de trabalho em qualquer emprego e com plena eficiência em grande número de casos,
É um maravilhoso desafio que se põe à capacidade criativa do Homem e à inteligência de todos numa sociedade consciente. Digamos com algumas reservas que, profeticamente, o cego pode ver, o surdo pode ouvir e o paralítico pode andar,
Embora não seja exactamente assim, porque a tecnologia é um milagre da ciência, não é um milagre divino, mas podemos afirmar que um cego pode ler um jornal ou um livro, um surdo pode comunicar telefonicamente, um tetraplégico conduzir uma viatura na via pública, entre tantos outros exemplos que se poderia citar.
A ENGENHARIA DE REABILITAÇÃO NA EMPRESA
Os Centros de Engenharia de Reabilitação foram criados em diversas Universidades. Ali nasceram a grande maioria dos aparelhos que hoje constituem um vasto arsenal de meios, visando a integração no trabalho e na sociedade, de pessoas portadoras de deficiências. Dos laboratórios das Universidades saem protótipos que vão ser desenvolvidos e aperfeiçoados em empresas especializadas, aparecendo finalmente, depois de devidamente testados, os produtos comerciais.
Algumas grandes empresas têm os seus próprios laboratórios de investigação e dedicam grande atenção às pessoas deficientes.
É o caso da IBM, produtora de máquinas de escrever para pessoas cegas, ou da Siemens, produtora de aparelhos de controlo do nível de insulina, para citar apenas dois casos.
Na Europa, e particularmente na Alemanha Ocidental, a investigação faz-se em Centros especializados, como é por exemplo o Centro de Reabilitação de Heidelberg.
Aqui se adaptam ou modificam com a colaboração de engenheiros, médicos, terapeutas, técnicos de reabilitação, as máquinas que irão ser utilizadas por determinado deficiente.
Nas empresas, e particularmente nas grandes empresas, a probabilidade de acidentes profissionais é acrescida e também proporcional ao risco que comportam determinados postos de trabalho.
A Engenharia de Reabilitação ocupa-se particularmente do deficiente, e intervém quando o acidente já se deu, ou a doença limitou as capacidades do trabalhador.
Ela poderá intervir nas fases de reabilitação de forma decisiva criando meios para a nova aprendizagem e correcção de deficiências, mas também proporcionando ao trabalhador integrado, os meios para que volte a ocupar o posto de trabalho em condições tão favoráveis quanto possível
Um exemplo:
Um torneiro mecânico sofreu a amputação de uma das mãos porque o seu vestuário se enrolou no cabeçote do torno. A distração do técnico foi uma causa, as roupas inadequadas outra, mas talvez a mais importante, a falta de protecção da máquina.
Após o tratamento médico é-lhe adaptada uma prótese de gancho. Uma vez apto a voltar ao trabalho há que modificar a sua máquina e adaptá-la às novas circunstâncias.
Isto pode ser feito na Empresa, e por vezes é simples. Com o gancho ele não pode fazer o aperto da peça a tornear, por não poder apertar a chave binária, mas esta pode ser modificada em chave tipo manivela e fazer assim o aperto usando apenas uma das mãos.
O ENSINO DAS CRIANÇAS DEFICIENTES MENTAIS COM AJUDA DE NOVA TECNOLOGIA
Há alguns anos participei num Congresso de Vídeo Cassetes, em Canes.
Um dos aspectos que mais me marcou foi a Conferência efectuada por um perito japonês sobre as vantagens comprovadas dos meios audiovisuais no ensino de crianças. Os coeficientes de aproveita mento eram muito aumentados com recurso à imagem a cores dos monitores de televisão.
Na escola, lado a lado, o professor e a imagem televisiva constituíam uma fascinante experiência naquele País, com resultados largamente comprovados.
Para exemplo citou-se que um filme de desenho animado que passando na televisão japonesa sobre a vida de Cristo, iria provocar na população japonesa um aumento de 15 milhões de católicos. Tive ocasião de ver algumas imagens desse belo filme dedicado naturalmente às crianças, as quais iria influenciar profunda e demoradamente ao longo de suas vidas.
O ensino das crianças atrasadas mentais, a sua reabilitação, faz-se hoje com o recurso a uma grande variedade de aparelhos que utilizam a imagem e o som para o desenvolvimento da mente e o treino da fala. E toda uma nova técnica com resultados fascinantes em que novas simbologias surgem para facilitar o ensino, como é o caso dos símbolos Bliss, a que o filme EMERGING faz referência. Estes símbolos destinados a deficientes mentais profundos estão conhecendo a maior aceitação nos países mais evoluídos.
A ENGENHARIA DE REABILITAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS DA AMERICA E CANADÁ
Sou portador de diversos relatórios de Centros de Engenharia de Reabilitação, os quais nos dão uma ideia do volume e grandeza da forma como a problemática da reabilitação e integração das pessoas deficientes é encarada naqueles Países.
Existem na América do Norte mais de 16 milhões de deficientes, sendo 3 % da população norte americana, deficiente profundo, ou seja, seis milhões de pessoas.
Estes seis milhões de pessoas, na melhor das hipóteses, mobilizam outras tantas para lhes darem apoio e delas cuidarem, 6 milhões de pessoas numa sociedade de 200 milhões, constituem um grave problema e um grande desafio. Como inverter uma situação em que uma parte da população é apenas consumidora, criadora de problemas de toda a espécie, desde morais, económicos, sociais e de vivência. Como transformar essa legião de marginalizados pela força das circunstâncias, em pessoas úteis à sociedade?
Esse é o grande desafio que foi frontalmente encarado e que teve naquele pais fulgurante crescimento. Mais de 20 Centros de Engenharia de Reabilitação está já em pleno funcionamento com resultados. admiráveis.
Outros vão surgindo, dentro e fora do país, mas em estreita ligação com Centros norte americanos, como é o caso de:
- Rehabilitation Engineering Center Wafa Wa Amad Egipto, Cairo
ou - Institute of Orthopedic Surgery and Rehabilitation Poznan, Polónia
ou - Rehabilitation Engineering Center Faculty of Electrical Engineering Jublian, Jugoslavia.
Para citar casos em Países diferentes:
A ENGENHARIA DE REABILITAÇÃO, REALIDADE TAMBÉM NA EUROPA
De uma maneira geral os países mais evoluídos da Europa acompanham o progresso realizado nesta área nos países mais evoluídos. como os E. U. A., Canadá e Japão.
A percentagem de deficientes em cada pais anda pelos 6 a 10%, da população. Todos os países estão assim perante um grave problema que exige soluções urgentes. O problema não é fácil, antes pelo contrário, é extremamente vasto e complexo, pelo que em país algum ele está cabalmente resolvido.
No entanto o esforço para encontrar um caminho é maior nuns do que em outros.
Referirei aqui o caso da Alemanha Federal, cuja problemática nesta matéria conheço através de uma visita que ali efectuei a convite da Embaixada em Lisboa, e que teve por finalidade o conhecimento “in loco” dos problemas e das soluções. Farei uma breve referência nos aspectos que mais directamente dizem respeito aos trabalhadores deficientes.
Assim foi estabelecido naquele pais um programa de acção em 1970. contendo as seguintes medidas:
- Coordenação da Reabilitação
- Construção e Alargamento de Instituições de Reabilitação
- Melhoramento de processos em casos particulares
- Exploração de novas actividades profissionais
- Coordenação da investigação com a documentação
- Criação de uma estatística uniforme
- Eliminação de obstáculos arquitectónicos e técnicos
- alteração dos serviços no âmbito das relações públicas e informação
Este programa visava os seguintes pontos:
- Acesso de todos os deficientes aos auxílios, independentemente da espécie ou causa da deficiência
- Criação de melhores probabilidades de emprego e ocupação na Empresa
- Inclusão ao abrigo da Segurança Social de deficientes de nascença ou da primeira infância
- Criação de Instituições suficientes em número e qualidade, destinadas a pôr em prática medidas de reabilitação
- Modificação da atitude dos deficientes para com a opinião pública. Melhor sensibilização geral para a problemática dos deficientes.
É vasta a legislação nesta matéria, mas sem me querer alargar demasiado, citarei alguns aspectos mais salientes:
Assim, todos os deficientes jovens, independentemente da causa da sua deficiência, auferem o usufruto de direitos a uma posição privilegiada e a uma protecção alargada contra despedimentos e a 6 dias de férias adicionais.
O patronato é obrigado a prestar um contributo especial para integração dos deficientes graves. Toda a entidade patronal pública ou privada que disponha de mais de 15 postos de trabalho é obrigada a admitir deficientes em 6% dos seus postos de trabalho. Se não o fizer terá que pagar um título de compensação destinado ao Fomento da Reabilitação Profissional dos Deficientes, na ordem dos 100 marcos alemães.
Com estas receitas foram constituídas instituições de reabilitação, médicas, profissionais, centros para deficiências especiais, reabilitação escolar, escolas especializadas, parques infantis, reabilitação social, residências, etc.,
CENTROS DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL
Estão já a funcionar 24 Centros de Formação Profissional, visando actividades industriais e técnicas, além de comerciais, tais como mecânicos de precisão, mecânicos especializados, peritos de exame de mercadorias, construção de máquinas, electrotécnicos de Rádio e TV, técnicos de serviços de informática e tantas outras profissões. Os 24 Centros de Formação Profissional existentes possuem 7000 postos de instrução estando previstos numa segunda fase mais 12, para mais 3 000 postos.
Nas fábricas e oficinas, existentes no país, só podem ser aceites deficientes aptos e com uma reabilitação profissional efectuada. Isto implica um minino de capacidade produtiva, desempenhando no seu posto de trabalho tarefas tanto quanto possível sem necessidade de assistência ou ajuda de outrem. Existem presentemente 250 oficinas destinadas a deficientes, com 35 000 lugares.
A ENGENHARIA DE REABILITAÇÃO NA RFA
Além de grandes empresas produtoras de equipamentos em secções especializadas, o Centro de Reabilitação de Heidelberg dispõe de um vasto departamento de pesquisa e investigação, tendo em vista a problemática geral do deficiente e também o estudo de casos particulares, como foi o caso por exemplo de uma empresa na qual um desenhador contraiu uma doença denominada Delirium Tremens a qual lhe impedia de trabalhar na profissão, por tremura permanente das mãos.
Os técnicos de Heidelberg estudaram ferramentas de desenho que lhe permitiram continuar o seu trabalho, na sua profissão, embora com menor rendimento.
Outros casos aqui poderia citar, mas certamente nos vossos espíritos uma dúvida está surgindo neste momento: E o que se faz em Portugal? Muito haveria a dizer nesta matéria, mas direi apenas que não tão pouco como parece, nem tanto quanto seria de desejar.
A ENGENHARIA DE REABILITAÇÃO EM PORTUGAL
Depois de tantas referências ao fulgurante crescimento desta nova tecnologia, certamente vos surgirá nos vossos espíritos a pergunta: E em Portugal, o que se faz ou fez nesta matéria? Como habitualmente, há pioneiros no nosso país, como o tem havido em tantas descobertas do Homem,
Falar de Fernão de Magalhães, que provou ao mundo que a Terra era uma esfera e não plana, como se supunha a nível cientifico até à época das Descobertas, falar de Bartolomeu de Gusmão, o primeiro homem a elevar-se no espaço utilizando um balão e que terá feito uma descida do Castelo de S. Jorge até ao Terreiro do Paço, falar do professor Adriano de Paiva, que terá descoberto a Televisão, e tantas referências aqui se poderiam fazer sobre a criatividade portuguesa que em nada desmerece a dos outros povos. Só que a pequenez do meio, a falta de uma mentalidade colectiva e de uma cultura generalizada, fazem com que os projectos nacionais fiquem na gaveta aguardando que a mesma ideia surja noutro país qualquer. Há, porém, hoje uma mentalidade nova, que nos apraz registar. Os Inventores reuniram-se numa Associação - A Associação Portuguesa de Criatividade. Dentro desta Associação funciona um departamento denominado CIDEF, Centro de Inovação para Deficientes, onde a Engenharia de Reabilitação encontrou a porta para entrar em Portugal.
Alguns projectos interessantes estão já em curso.
O Secretariado Nacional de Reabilitação, de criação recente, está a tornar-se numa colmeia de actividade quase esgotante, tal a avalanche de problemas que lhe surgiram pela frente. Porém pessoas qualificadas vão, dia a dia, com perseverança e competência procurando responder ao enorme desafio que é a problemática da deficiência no nosso pais.
Vão estar convosco em sessões seguintes técnicos de prevenção e reabilitação cuja dedicação e competência merece o meu respeito. Tudo parece finalmente caminhar melhor. A exemplo do que afirmo está esta notável iniciativa dos trabalhadores da Setenave ao procurarem equacionar um problema grave que está afectando a Empresa de forma que me parece a mais esclarecida e concreta. E com muito agrado e até alegria vos venho falar de uma engenharia nascente, mas fulgurante que vai modificar radicalmente a vida daqueles para quem esta se tornou algo de pesado e difícil de suportar. Faço-o com o duplo agrado de ver uma tão grande empresa nos proporcionar este contacto este convívio e esta participação nos vossos problemas, que são da vossa empresa, são da nossa sociedade, são em suma de Portugal inteiro.
Referência: Jaime Filipe - Engenharia de Reabilitação ao Serviço da Humanidade. Inventiva n.º 34-35. Associação Portuguesa de Criatividade. ABR/SET 1981
Ficheiro pdf (191 kB): Boletim do CIDEF n.º 16 da revista Inventiva n.º 34-35 ABR/SET 1981
Revisão da conversão do texto por OCR de Francisco Godinho