À margem: uma Conferência de Deficientes e um Congresso de Emigrantes
O exemplo vem da Áustria. Qualquer sinistrado do trabalho nesse pais é rapidamente assistido em hospitais especializados no trata
mento de lesões graves ocorridas durante ou mesmo fora do horário de trabalho.
«Novos Horizontes» — o programa que tem procurado chamar a atenção uata a problemática do deficiente em Portugal e sua inserção na sociedade — teve desta vez no estúdio um diplomata austríaco em serviço na Embaixada de Lisboa que nos veio explicar num português claro como espera que vá decorrer a III Conferência de Reabilitação a realizar este ano em Viena de Áustria.
Segundo afirmou várias dezenas de países, principalmente países europeus, irão estar presentes neste encontro extremamente importante a realizar no próximo mês de Abril, no decorrer das comemorações deste Ano Internacional do Deficiente.
Percebemos porque é que na Áustria há já uma outra habituação, uma outra forma de ver na prática, no quotidiano, a situação do deficiente. É uma questão social que os austríacos enfrentam desde o inicio da I Guerra Mundial quando o Império Austro-Húngaro se começou a ver a braços com os primeiros feridos da frente ocidental. A partir dai e depois também com as consequências da II Grande Guerra, o Estado austríaco precaveu-se de imediato em relação a este drama social, tendo construído toda uma infra-estrutur ahospitalar para atender da melhor forma possível a todos os sinistrados — na altura portanto sinistrados da guerra. Hoje, é claro, essas in-fraestruturas estão voltadas para a medicina do trabalho. Foi o que vimos numa breve curta-metragem nesses centros de assistência, centros de recuperação para deficiente nos quais não è inclusive descurada a educação física dos corpos. Uma bela experiência vimos portanto nesta emissão de «Novos Horizontes» — oásis da programação da RTP neste Ano Internacional do Deficiente.
Portugal Hoje (secção Telecritica), 30/03/1981