É Viável a Inventiva em Portugal ? 1976
16-12-1976 13:53
Tem 400 páginas. Inclui umas boas dezenas de páginas/cartas relacionadas com a tentativa de criação do Centro de Estudos de Substituição Visuo-Táctil (CESVT) no Instituto de Oftalmologia Gama Pinto, criação do CIDEF, dezenas de artigos de jornais sobre os primeiros prémios, homenagens da RTP, as primeiras patentes e esboços de variadíssimas ideias para inventos.
As duas primeira páginas dizem o seguinte:
Ficarei muito grato e honrado se o fizer.
Coleção de documentos intitulada "É Viável a Inventiva em Portugal ?"
Tem 400 páginas. Inclui umas boas dezenas de páginas/cartas relacionadas com a tentativa de criação do Centro de Estudos de Substituição Visuo-Táctil (CESVT) no Instituto de Oftalmologia Gama Pinto, criação do CIDEF, dezenas de artigos de jornais sobre os primeiros prémios, homenagens da RTP, as primeiras patentes e esboços de variadíssimas ideias para inventos.
As duas primeira páginas dizem o seguinte:
"Não sei se alguém algum dia terá paciência para ler esta colecção de documentos que reuni neste volume. Penso que só um estudioso o poderá ler com atenção, mas se o fizer creio que não dará por mal empregado o seu tempo, pois aqui se reflectem aspectos curiosos da mentalidade da sociedade onde nasci há mais de 50 anos e à qual quis dar o meu contributo já que o destino não quis que o enriquecesse com os filhos que nunca tive.
Foi para os deficientes físicos, ou privados da vista, das mãos, dos braços, das pernas, que dediquei horas livres e não livres ao longo de 20 anos de vida adulta.
Falei com surdos de todas as categorias sociais, que não ouviram o que eu dizia, fiz relatórios para estrangeiros nascidos no meu país que não entenderam o que escrevi, pedi audiências que não concederam, verbas que não vieram e que não eram para mim, mas para iniciar qualquer coisa de útil aos que no meu país sofrem as suas próprias deficiência físicas e aquelas que esta sociedade indiferente lhe aponta.
Eram boas a minhas ideias? O leitor eventual se for atento dirá!! Eram boas as intenções? Disso não tenho qualquer dúvida."
Creio que não vou continuar a bater à porta dos ministros, das Fundações, das personalidades influentes, das instituições filantrópicas para pedir aquilo que nunca me deram e creio pela amarga experiência, que nunca darão.
Este volume encerra os vários episódios duma batalha que durou 20 anos para perder. Mas foram precisos 20 anos de ilusões e decepções para pôr termo à luta que iniciei antes de 25 de Abril (1957) e continuei depois de 25 de Abril (1976).
Não deixei filhos neste mundo, não deixei obra de mérito, deixarei apenas esta volumosa coleção de documentos, pois pode ser que algum dia alguém se interesse por ela e possa ter a paciência de a ler.
Ficarei muito grato e honrado se o fizer.