Inventiva - Boletim Informativo nº 2 Março de 1985
Investigação Científica na APC - Projecto BASIL
O CIDEF - Centro de Inovação para Deficientes, através do seu Departamento de investigação Científica, no âmbito da Engenharia de Reabilitação, está a desenvolver o protótipo de um aparelho destinado a dar um “certo tipo'' de informação na presença de sons a pessoas surdas totais, projecto esse que levou a designação de “BASIL”.
Pretende se com este aparelho "informar" o surdo da proximidade de sons, como o 'chorar do bebé", o 'toque do telefone" a "campainha da porta” o som do despertador" ou a proximidade do ruído dos motores dos carros, além de buzinas, etc.
Trata-se de um pequeno e simples aparelho contendo os seguintes elementos principais: um mini microfone de lapela tipo Electret uma caixa monobloco contendo um amplificador expansor binário de potência um pequeno motor elétrico e um acumulador.
Assim, os sons médios ou fortes captados pelo microfone são amplificados e provocam a rotação de um motor ao qual está acoplado um acessório excêntrico que o faz entrar em forte vibração. As vibrações produzidas pelo pequeno motor são transmitidas à caixa monobloco que por sua vez as transmite ao corpo do deficiente por contacto cutâneo.
Consideram-se dois níveis sonoros diferentes:
O nível médio e o nível instantâneo. O nível médio a que corresponde o som ambiente não faz actuar sistema. O nível instantâneo de valor superior, porá o motor em rotação. Porém, se o nível instantâneo for prolongado, será interpretado pelo sistema binário como nível médio e o motor parará.
Pode no entanto variar-se a sensibilidade pelo que o BASIL poderá fornecer indicações para sons distantes de fraco nível.
O aparelho pode ficar localizado na cintura ou no braço, neste caso próximo do pulso, por meio de uma correia de fixação.
O projecto é da autoria do signatário, sendo a concepção electrónica de Pedro de Sousa, jovem estudantes de Engenharia, de 19 de idade, coadjuvado por outro jovem de 20 anos, também estudante de Engenharia, Carlos Gavinho.
Espera-se em breve passar à fase de industrialização, através da CENTREL.
JAIME FILIPE